Quem viveu os anos 90 certamente ainda sente um certo calafrio ao ouvir o nome Alexandre. O personagem de Guilherme Fontes em ‘A Viagem’, novela escrita por Ivani Ribeiro e exibida originalmente em 1994, marcou época. Em 2025, a trama voltou à telinha no Vale a Pena Ver de Novo e se tornou a segunda novela mais reexibida da faixa da tarde da TV Globo. Em entrevista ao Gshow em 2021, o ator relembrou um episódio que parece roteiro de novela.
Nos anos 90, Guilherme, resolveu andar de metrô caracterizado como Alexandre, o espírito obsessor que aterrorizava os personagens da trama. Resultado? "São muitas as histórias de fãs e outras tantas que vivi pessoalmente, como o dia em que resolvi pegar o metrô vestido de Alexandre, todo de preto, e ninguém quis falar comigo. Acho que pensaram se tratar de assombração mesmo", contou o ator, aos risos.
Na novela, Alexandre é irmão da protagonista Diná (Christiane Torloni) e comete um assassinato logo no primeiro capítulo. Após ser preso, tira a própria vida na cadeia e passa a assombrar os que acredita terem contribuído para sua condenação, entre eles, o cunhado Téo (Maurício Mattar), o irmão Raul (Miguel Falabella) e o advogado Otávio Jordão (Antonio Fagundes).
Com olhos intensos, figurino todo preto e uma aura de vingança que atravessava planos espirituais, o personagem ganhou status de ícone. "A novela continua pop mesmo 28 anos depois. Me sentia muito bem em determinadas cenas e isso ficou registrado na história da televisão. Muito orgulho", disse Fontes.
O sucesso foi tanto que até hoje o público reverencia (ou teme) o espírito inquieto. "Quando chego em casa, me pergunto se essa tal repercussão acabou mesmo. Volto a sair pra rua e vejo que não. Isso, quase 30 anos depois, é a glória. Um vilão tratado como um herói. Um pecador justificado. Um malvado favorito. Divertido demais", completou o ator, que já cogita uma forma de reviver digitalmente o personagem.
Além do susto no transporte público, Guilherme também compartilhou as cenas mais marcantes para ele como ator. As preferidas? As iniciais, que mostram a prisão de Alexandre, seu julgamento e, claro, o suicídio que o leva ao Vale dos Suicidas, um dos trechos mais densos e lembrados da novela. "As do suicídio. Foram muito difíceis também as três ou quatro cenas que antecedem isso", admitiu.
A parceria com o elenco também é lembrada com carinho. "Este personagem está no panteão do meu coração. Esse e uns outros 4/5 trabalhos que se tornaram clássicos. A lista de parcerias é muito feliz e muito grande. Sou realizado até aqui", afirmou.